A bancada federal do Estado do Acre foi unânime no posicionamento frente aos altos preços das passagens de avião para idas e vindas ao Acre: Inadmissível. “O sentimento coletivo é de perplexidade. Estamos assustados. Os preços nunca estiveram tão altos. Nunca foi tão difícil viajar para ou do Estado do Acre para qualquer lugar que seja.” salientou o Deputado Flaviano Melo (MDB). Na reunião com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) os parlamentares apresentaram bilhetes, em que trechos unitários chegaram a custar em média R$ 4 mil reais do Acre à Brasília.
Além dos preços exorbitantes a Bancada também pressiona sobre os horários e números de vôos disponíveis para o Estado. “A aviação brasileira não pode reclamar do Congresso, em meio à pandemia aprovamos matérias importantes em socorro às companhias áreas que operam no Brasil, e mesmo assim as condições de preços e voos para o Acre só pioram.” Lembra Flaviano. Em sua fala o Deputado relatou ainda que acreanos estão precisando viajar até Rondônia para conseguirem passagens de avião acessíveis para Brasília, por exemplo. “Qual o motivo para tal diferenciação? Queremos explicações da Abear e das Companhias.” Ressaltou.
Já a Deputada Mara Rocha apelou à Abear para que a associação considere especialmente a questão social no caso do Acre e revejam a situação. Busquem uma solução. “Somos um Estado pobre e essa realidade precisa ser considerada. O trato hoje dado ao Acre, com todo o respeito, parece-me descaso. Nós acreanos também somos brasileiros.” Reclama Mara.
A reunião contou além dos parlamentares, com a presença de representante do Governo do Acre o Secretário Amarísio Freitas (Sefaz), do Presidente Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB) Jorge Pinheiro e do Prefeito Zequinha Lima de Cruzeiro do Sul. Do outro lado, o Presidente da Abear Eduardo Sanovicz; Diretora de Relações Institucionais da GOL Renata Fonseca e a Diretora de Relações Institucionais da LATAM Tatiane Viana.
O posicionamento da ABEAR, e representantes das Companhias, foi irredutível. Segundo Eduardo Sanovicz, não haverá solução sem que seja revista a fórmula de precificação do querosene usado para abastecer as aeronaves. Hoje, ainda de acordo com Sanovicz, a composição do preço do bilhete aéreo é 50% baseada no valor do combustível e 30% no valor do leasing das aeronaves. Ambos os custos são calculados em dólar. “Trata-se de uma questão político-econômica cuja solução vai além da capacidade da Abear e mesmo desta Bancada” Explica.
A Bancada promete continuar o embate e leva-lo, inclusive, a outras instâncias. “Outras matérias de interesse das aéreas deverão ser discutidas na Câmara e no Senado. E vejo com preocupação o destino dessas matérias, diante do que ouvimos da Abear e das Companhias. Recentemente, inclusive com voto meu, aprovamos na Câmara a volta da bagagem gratuita, já que não houve redução das passagens aéreas conforme prometido à época. Não é só o Acre que está insatisfeito com os vôos” finaliza Flaviano.