O ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, conhecido como "Lalau", morreu hoje aos 91 anos de idade. Ele estava internado com quadro de pneumonia e com suspeita de covid-19, no Hospital São Luiz Morumbi, na cidade de São Paulo. A morte foi confirmada ao UOL por pessoas próximas ao ex-magistrado.
Lalau foi condenado por corrupção e outros crimes por sua participação no esquema de superfaturamento da construção da sede do Fórum Trabalhista de São Paulo, no final dos anos 1990.
De acordo com documentos judiciais e médicos, aos quais a reportagem teve acesso, o ex-magistrado foi diagnosticado por médicos com a doença provocada pelo novo coronavírus, quando deu entrada em um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital, no último dia 12 deste mês; ele sentia falta de ar. Porém, ainda não saíram os resultados dos exames que podem confirmar se ele estava mesmo com covid-19.
Seus advogados entraram na Justiça de São Paulo para que o plano de saúde contratado por Lalau cobrisse as despesas da internação. A operadora alegava que o ex-juiz estava inadimplente.
"Os médicos informaram que, de acordo com o resultado da tomografia realizada, o autor contraiu referido vírus, contudo, por não se tratar de procedimento efetivamente adequado, mesmo que plenamente capaz de detectar o vírus, aguarda-se o relatório médico oficial", lê-se na petição da defesa de Nicolau dos Santos Neto.
Desvio milionário
O ex-juiz ficou conhecido nacionalmente quando veio à tona em 1998 o escândalo de superfaturamento na construção da sede do Fórum Trabalhista de São Paulo. As investigações detectaram um desvio de R$ 169 milhões na obra - o montante superou R$ 1 bilhão em valores atualizados, de acordo com o Ministério Público Federal.
O Ministério Público passou a investigá-lo após um ex-genro denunciar que ele acumulava patrimônio incompatível com os rendimentos de um magistrado, inclusive uma casa luxuosa no Guarujá, um apartamento em Miami (EUA) e US$ 4 milhões na Suíça - todos esses bens foram confiscados pela Justiça.
Com informações do UOL