O deputado Sargento Cadmiel Bomfim (PSDB) fez pronunciamento nesta terça-feira, 9, defendendo que a violência na fronteira só poderá ser contida com o reforço do policiamento e a cooperação das forças policiais dos países vizinhos. Para tanto, segundo o parlamentar, é preciso em primeiro lugar aumentar o contingente da PM do Acre através da convocação do Cadastro de Reservas e promover uma integração das forças policiais do Estado com a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e o Exército.
O discurso foi motivado por uma reunião que o parlamentar teve na segunda-feira, 8, na Secretaria de Segurança Pública, com o secretário Paulo César, vereadores de Brasileia e Epitaciolândia, representantes da Polícia Federal e da Polícia Civil e com a major Ana Cássia, comandante do 5º BPM de Brasileia. “É claro que quando a PM está presente os bandidos somem. No fim de semana o Bope se deslocou para a fronteira e não houve nenhuma ocorrência, mas bastou sair para que fosse registrado um furto de moto ontem e outro hoje”, comentou.
Sargento Cadmiel lembrou, porém, que a PM sozinha não tem condições de patrulhar os 1.800 km de fronteiras do Acre e nem é competência da policial estadual, mas da Polícia Federal. “Mas, mesmo que a PF enviasse todo o seu contingente do Brasil para o Acre ainda não teria condições de fiscalizar toda a fronteira”, observou. De acordo com ele, o aumento de furtos e roubos de veículos e tráfico na fronteira do Alto Acre coincide com o aumento do policiamento na fronteira do Alto Juruá pelo Gefron (Grupamento Especial de Fronteira). “Eles sentiram a pressão lá e migraram para cá”, analisa.
Cadastro de Reservas
Assim sendo, o deputado avalia que o aumento do contingente deverá incluir todos os 300 novos soldados do Cadastro de Reservas até março de 2022, pois até o final deste ano o efetivo da PM tende a ficar ainda menor porque muitos militares estão indo para a reserva insatisfeitos com a perda de benefícios. “Então o que precisa é o reforço da PM, pois o crime também faz investimento, por isso se chama crime organizado. Mas só a PM não é suficiente. É preciso unir estas forças”, comentou.
De acordo com o parlamentar, a situação na fronteira do Alto Acre ficou ainda pior após a pandemia, pois a passagem para a Bolívia foi reaberta, mas o posto da Receita Federal continua fechado. “Não existe mais nenhum meio de controle no tráfego entre o Acre e a Bolívia. E para piorar ainda existe o problema de comunicação pelo 190 que pode demorar até 35 minutos para dar um retorno, tempo suficiente para o veículo desaparecer no interior do país vizinho”, concluiu.