Presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos diz que falta de medidas acertadas durante a pandemia levou muitos pacientes a óbito

Presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos diz que falta de medidas acertadas durante a pandemia levou muitos pacientes a óbito

Por José Pinheiro, do Notícias da Hora

O presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos do Acre, Vanderli Ferreira, disse que desde o início da pandemia 105 pessoas com problemas renais foram a óbito. Ele apresentou um documento emitido pela Fundação Hospitalar do Acre, que comprova isso. De acordo com o ativista, 90% dos óbitos foram por covid-19.

Vanderli Ferreira defendeu a urgente necessidade da implantação de políticas públicas voltadas para este público específico. Ele mencionou que muitos pacientes morreram por falta de um tratamento adequado no início da pandemia. O ativista e presidente da Associação dos Paciente Renais Crônicos destacou que medidas simples poderiam ter salvado vidas.

“As medidas que o governo deveria ter adotado há bastante tempo para poder dar melhor qualidade aos pacientes renais crônicos, primeiramente era ter adotado os protocolos. Não foi tomada nenhuma precaução no início da pandemia, por exemplo: não disponibilizaram no início teste rápido para identificar quem estava infectado, porque ficam tudo junto dentro de uma van e dentro de uma sala sem exaustor. Veio recurso federal para fazer isso e infelizmente quando foram tomar alguma medida, quase tudo estava contaminado pelo coronavírus”, disse Vanderli Ferreira.

Vanderli denunciou que a sala de Nefrologia da Fundação Hospitalar funciona sem exaustor, que seria uma espécie de purificador do ar que circula dentro da sala de hemodiálise. Outra medida que ele defende é a distribuição de máscaras, acesso ao álcool em gel, além da limpeza permanente das vans que fazem o transporte dos pacientes. De acordo com Ferreira, nada disso foi feito quando se registrou os primeiros casos da doença no Acre. “Isso não aconteceu no início, veio acontecer depois. Não houve um protocolo de atendimento aos pacientes infectados”.

O presidente aponta que foram destinados ao Acre, pelo então ministro da Saúde Eduardo Pazuello, R$ 360.895,05 para a atenção a estes pacientes, mas segundo ele, isso não chegou até aos pacientes renais crônicos. Vanderli reclama da ausência de um programa de transferência de renda no estado para atender esse público. Muitos dos pacientes sofrem com a falta de uma alimentação adequada, fragilizando ainda mais essas pessoas.

“O paciente renal crônico é um paciente guerreiro, viu?! Ele luta todos os dias para sobreviver. Uma grande maioria passa necessidade, passa fome, devido às condições financeiras, que não são boas, da maioria. Não existe sequer um programa social na área de alimentação”, menciona.

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