Por Dora Monteiro
O deputado Sargento Cadmiel Bomfim (PSDB) fez um apelo ao Governo do Estado para que agilize seu programa de recuperação e abertura de ramais e crie condições para ajudar os pequenos a mecanizarem suas lavouras em vez de multá-los pela única tecnologia de que dispõem que é derrubando e colocando fogo para fazer seu roçado.
As declarações foram feitas nesta sexta-feira, 1, para um público de centenas de produtores que participavam da Audiência Pública “Economia e Organização da Agricultura do Juruá”. O evento foi realizado pela Aleac no Teatro dos Náuas, em Cruzeiro do Sul, como parte das comemorações do aniversário da cidade.
De acordo com o parlamentar, sua caminhonete traçada quase atolou por conta das péssimas condições de um ramal que o levaria da BR 364 para a colônia de seu amigo e pastor Luís Inácio, da comunidade de Santa Luzia, em Cruzeiro do Sul. “Esta é a realidade do Acre. Ramais em péssimas condições. Não tem como produzir sem condições de escoamento da produção”, afirmou ele.
Cultura do contracheque
Filho e neto de agricultores de Feijó, Sargento Cadmiel explicou que tem intimidade com os problemas dos produtores e teve oportunidade de notar que desde Assis Brasil até Marechal Taumaturgo há uma forte onda de reclamações contra os órgãos de fiscalização ambiental. “Desde sempre quem viveu num seringal sabe que não dá pra fazer roçado sem derrubar e queimar. Se não tem trator, não existe outra alternativa. Nossos avós faziam isso. Então, ou o Governo viabiliza a mecanização ou a produção acaba”, argumentou.
Cadmiel lembrou que a única alternativa para que o Acre abandone a cultura do contracheque é a produção rural. “Mas, para isso, é preciso que o Executivo priorize o agricultor mantendo os ramais sempre conservados, assim como os rios limpos. Só uma agricultura forte poderá libertar o acreano do contracheque e melhorar as condições de renda e de vida de sua população”, concluiu ele.