Logo após discursar em uma manifestação de militares estaduais em acampamento na frente do Palácio Rio Branco e da Aleac, o deputado Sargento Cadmiel Bomfim (PSDB) subiu à Tribuna nesta quarta-feira, 9, e declarou que não tem mais como conter a revolta da tropa. “Esta tribuna é testemunha do tanto que procurei evitar este momento”, disse o deputado, lembrando que os militares representam cerca de 30 mil votos que foram dados à eleição de Gladson e Major Rocha em 2018.
A revolta dos militares, de acordo com o parlamentar, ficou ainda mais acentuada depois que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) barrou uma proposta de criação de uma gratificação para a categoria sugerida pelo próprio governador para substituir a Titulação que ele prometeu ainda durante a campanha eleitoral de 2018 e que foi desaconselhada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).
“Seria uma gratificação financeira pelo desgaste profissional, pois uma pesquisa feita pela Policlínica da Polícia Militar constatou que os militares têm uma expectativa de vida de apenas 58 anos, contra 71 anos da população em geral”, explicou Sargento Cadmiel. De acordo com ele, os militares nunca vão esquecer a frase dita pelo governador durante a campanha. “Não quero ter uma polícia pobre e uma polícia rica, ele disse, comparando os salários da PM com a Civil”, explicou.
De acordo com o parlamentar, a partir de agora só o governador e sua equipe têm condições de apresentar uma proposta para conter os ânimos da tropa. “São mais de 6 mil chefes de família liderando umas 30 mi pessoas, o suficiente para decidir uma eleição. Entre 90% e 95% destas lideranças deram o seu voto para Gladson e Major Rocha em 2018”, comentou.