O Acre vive a segunda onda de contaminações por coronavírus.
O negacionismo, em simbiose com a irresponsabilidade da maioria da população e as eleições municipais contribuíram fortemente para a explosão de coronavírus no Estado, principalmente na Capital, Rio Branco.
Enquanto muitas pessoas respeitam as recomendações sanitárias, usando máscaras e álcool em gel ao ir trabalhar, ir para a Igreja ou realizar qualquer das atividades cotidianas, a maioria esmagadora faz de conta que esse vírus simplesmente não existe: andam sem máscara, promovem festas com gigantescas aglomerações e nem ligam para as mínimas recomendações sanitárias. O resultado da irresponsabilidade e negacionismo vem depois: com aumento de números de casos, o Estado pode não dispor de leitos suficientes para atender a demanda e a saúde pode entrar em colapso, causando a morte de dezenas de pessoas.
Mas é claro que a segunda onda de Covid no Acre teve forte contribuição da campanha política nestas eleições municipais. Passeatas que causavam aglomerações, reuniões gigantescas com militantes e candidatos foi um dos fatores preponderantes para que o vírus voltasse a circular com força total. O Dr.Thor Dantas, infectologista que integra o Comitê Especial de Acompanhamento da Covid-19 no Acre, reforçou por meio de suas redes sociais semanas atrás que a aglomeração era um dos "super espalhadores" do vírus, por sua capacidade de infectar e espalhar o vírus para muitas pessoas ao mesmo tempo.
No Acre, já morreram vítimas de coronavírus 732 pessoas; no Brasil inteiro, o Covid-19 causou a morte de mais de 174 mil.
Segundo dados do boletim da Secretaria de Saúde, o Acre, até o momento, registra 102.781 notificações de contaminação pela doença, sendo que 37.277 casos foram descartados. Existe 251 pacientes internados nos estabelecimentos monitorados, dos quais 176 com teste positivo para Covid-19. Do total hospitalizado, 52 estão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 198 em leitos (clínicos, obstétricos e pediátricos).
A média de internações geral foi de 237 pacientes, observando-se, deste sábado, 05, um aumento de 8,5% no total de internações em relação à média dos últimos 7 dias.
A taxa geral de ocupação de leitos de Unidade Tratamento Intensivo (UTI) de Rio Branco exclusivos para pacientes com a Covid-19 no Acre está em torno de 60%. Os dados são do boletim da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) deste sábado (06).
Na região do Baixo Acre, que engloba as cidades de Rio Branco, Sena Madureira, Plácido de Castro e Acrelândia, das 70 Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), 45 estão ocupadas, registrando uma taxa de ocupação de 64,3%.
Já a região do Juruá, que engloba Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Marechal Thaumaturgo, dos 10 leitos de UTI existentes, três estão ocupados, registrando 30% de ocupação. Os leitos clínicos somam 95 e 25 estão ocupados, registrando 26,3% de ocupação.
Já regional do Alto Acre, que engloba as cidades de Brasileia e Epitaciolândia, apenas cinco leitos estão ocupados, num total de 19 leitos disponíveis. A regional do Alto Acre é a única que não tem leitos de UTI para a Covid-19.